sexta-feira, 23 de março de 2012

A minha jornada

Eu gosto muito de fazer resenhas, mas não sou muito bom nelas. O post de hoje terá um breve comentário, e depois uma resenha.

Comentário:

Hoje revi Assalto ao Banco Central. Que filme desgraçado de ruim. Sério, eu amo cinema nacional, odeio quando falam que filmes brasileiros são só putaria e palavrões. Mas sinceramente, não dá pra engolir um filme que um bandido de favela fala coisas tipo "E ai galera, a policia tá na nossa cola, vamos nos reunir no QG e pensar no que fazer". Tipo, é sério. tem essa frase, mais ou menos desse jeito. Sério, nem minha mãe falaria assim se fosse bandida. Quem ainda fala QG??????

Resenha:

Eu gosto muito de videogame. Claro, gosto dos jogos normais, esse que todos curtem e talz, mas também curto muito jogos únicos, como o flower, que já falei aqui.
Hoje vou falar de Journey. E o problema desses jogos, é justamente, como falar de um jogo que não é jogo?
Explico: Journey, como o nome diz, é uma jornada. O sentido? Depende de você. Terminamos Journey com tantas dúvidas quanto as que começamos.

O jogo não tem diálogo. NENHUM. Nem textos. Nem nada minimamente humano. Alias, nem os tradicionais menus estão presentes neste jogo. Apenas um "iniciar sua jornada". É o máximo de informação que o game te dará.

Ele começa, simplesmente com um estranho ser se materializando no meio do deserto. À sua frente uma montanha. E instintivamente, você sabe que aquela montanha, que se perde na longitude do horizonte, é seu destino. É até lá que você deve ir.

O jogo não tem inimigos. Não tem desafios. É simplesmente a peregrinação, de um ser que você nem sabe como é, pelo deserto, tentando buscar a montanha. Durante o trajeto é possível encontrar resquícios de uma civilização há muito perdida. Mas quem são? O que aconteceu com eles? Isso vai de sua interpretação, das parcas cenas que aparecem entre uma "fase" por falta de termo melhor, e outra.


Como disse, não existem desafios, inimigos ou quebra cabeças. Mas esse jogo é realmente único, ele mexe com você. É impossível não sentir sensação nenhuma, enquanto se anda no mar de areia, com um dos gráficos mais belos que já vi em um jogo.



Uma das coisas mais interessantes de Journey, é seu modo online. Não existem partidas, nem nada do tipo. Simplesmente enquanto você está em sua jornada, uma outra pessoa que esteja jogando na mesma "fase" que você, pode se materializar do seu lado. Do mesmo jeito que você pode aparecer no jogo de outra pessoa.

Mas não existe identificação. Você não tem como saber quem é seu companheiro de viagem. Alias, a única comunicação possível é através de uma espécie de assobio em notas musicais, que servem de incentivo, de alerta, de qualquer coisa que você queira passar ao companheiro. Companheiro alias, que você pode ignorar se quiser e seguir sozinho sua viagem.

Mas não dá pra negar, que é um dos momentos mais gratificantes quando aparece um amigo. É uma coisa estranha de explicar, mas fica uma sensação de "eu sei pelo que você passou pra chegar até aqui amigo, eu passei pelo mesmo. Vamos juntos até o topo daquela montanha, eu te ajudo". E quando um desses amigos simplesmente desaparece no meio das tempestades e tu volta a ficar sozinho, bate uma sensação de solidão de verdade.

Alias, como já disse, Journey termina como começa, sem respostas. Mas é simplesmente IMPOSSÍVEL não se emocionar com o final. Parafraseando um outro blog que fez uma análise do jogo "se você terminar Journey sem sentir nem um pingo de emoção na parte final, jogue fora sua carteirinha de humano, pois ela está com a validade vencida".

No fim, fica a interpretação de cada um do que foi a jornada. A trilha sonora, toda instrumental, é belíssima. É o tipo de jogo que dá vontade revisitar sempre, numa imersão total.

Sei que quase ninguém mais lê meu blog. Sei que quem lê não joga  videogame. Mas se qualquer dia puderem, experimentem essa maravilha. Garanto que adorarão sua jornada (o jogo é curto, pode ser terminado em pouco mais de duas horas), do mesmo jeito que adorei a minha.

Ótimo final de semana para todos.

2 comentários:

  1. Gostei, deve ser bom jogar naquele dia que vc mesmo está se sentindo sem sentido, sem motivo ou razão. Sair da realidade é sempre agradável, msm que seja por duas horas...
    Deu vontade de jogar!
    Beijosss, Deus abençoe!

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  2. Nossa vc escreve tao bem... Deu realmente vontade de jogar!

    Saudade de ti ♥
    amo te

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